terça-feira, 11 de agosto de 2009

Minha vida de casada

Hoje termina meu test-drive de casamento. Meu namorado veio passar as férias comigo e acabou prolongando por uns dias, aí veio o recesso suíno e tudo o mais. Mas hoje, as coisas devem voltar pro devido lugar, ele tem aulas, eu tenho monografia e só deus sabe quando vamos poder passar um tempo relativamente grande juntos de novo.

Enfim, como dizia o poeta ‘foi eterno enquanto durou’. Ah!, e foi mesmo. Um mês grudada numa pessoa ensina bastante coisa pra gente. Por exemplo: viver de pizza congelada sai caro, miojo enjoa e não ter louça suja na pia é muito legal. Eu poderia escrever horrores, contando detalhes sobre as bebedeiras e até a briga que tivemos, mas é desnecessário. Casamento é bom, mas no tempo certo.

Eu não tenho necessidade de gente o tempo todo. Sempre fui assim, desde criança. Nunca fui de chegar e contar meu dia na escola, comentar uma festa da noite anterior e nem passar horas a fio no telefone fofocando sobre o último bafão escolar. Aliás, eu sempre gostei de estar comigo e isso é muito bom. Eu gosto da minha companhia e de andar feito uma mendiga dentro de casa, comer quando dá vontade, ler, ver os filmes que eu escolhi. Sempre fui tranqüila, por isso, nunca fiz questão de estar rodeada de gente. Não que eu seja uma doida sociopata, longe disso! Mas eu sei curtir os meus momentos. Afinal, tem coisas que são só suas e que se você divide, já não tem o mesmo gosto.

Esse mês virou minha rotina de pés pro ar. Achei uma delícia chegar em casa e ter alguém me esperando, dormir abraçadinha, conversar sobre o teu dia, ter alguém pra rir e criar teorias conspiratórias. Aliás, uma coisa que aprendi nesse mês: a melhor coisa do mundo é ter alguém que te ama do jeito que você é. Eu não mudei meus hábitos, não me desfiz de antigos vícios, não alterei muita coisa só porque o Victor estava aqui. É tão bom ter alguém que você gosta do seu lado e não precisar fingir! É ótimo não precisar acordar mais cedo que ele só pra escovar os dentes e arrumar o cabelo. Nem do meu mau humor eu abri mão.

É fácil fingir, esconder detalhes quando se namora, se vê pouco. Mas quando a pessoa divide tudo contigo, desde o convívio com teus amigos até a cama e os talheres, não dá. Mais hora, menos hora você se ‘revela’. O grande segredo é não ter que revelar nada! É ser quem você é desde o começo de tudo. Só assim você pode ter certeza que a pessoa ama você e não a imagem que ela construiu (e você fez o projeto).

Enfim, o balaço total do meu pseudo-casamento foi positivo. Mas não vou negar que não sinto falta de mim mesma e me enrolar no cobertor de noite sem me preocupar se alguém vai ficar sem.

Um comentário:

Laura Peruchi Mezari disse...

Uau! Adorei esse também. Sou completamente a favor de que temos que gostar de nossas próprias companhias... afinal (clichê) se a gente não se suportar... sabe-se lá quem vai fazer o mesmo né? E adorei a parte de não ter o que esconder. Relacionamentos embasados em mentiras e aparências não duram muito tempo... apenas o tempo que a mentira consiga ser sustentada... (que não é muito nesse caso ne).