quinta-feira, 30 de abril de 2009

Motivos para odiar os anos 90

Seria muito fácil elencarmos tudo de bom que teve nos anos 90: Chiquititas, Punk, a levada da breca, Power Rangers, Super Nintendo... ah, os anos 90. Como eu nasci na finaleira dos anos 80, mas bem finaleira mesmo, minha infância toda transcorreu nos anos 90. Afinal, em 90 eu tinha 2 anos e em 99 eu já tinha 12. Ah, não sei, deve ser isso. Mas não é disso que vamos falar hoje. Vamos falar das piores coisas que os anos 90 nos trouxeram. Ainda bem que todas elas nasceram e morreram lá, por que, deus me livre!




Rodolfo e E.T.:
Domingo na casa da avó, todo mundo já comeu até quase infartar, eu já tinha me enchido de doces até quase saírem pelas orelhas e brincado de colocar fogo na casa, meu pai roncava num quarto qualquer. Minha avó assistia Domingo Legal. Só deus sabe porque velho adora aquilo. E pode ver, só velho assiste o Domingo Legal. Esses seres (os da foto acima, não os velhos) assombravam o domingo de qualquer criança mentalmente sã. Por que é impossível alguém que, pelo menos uma vez na vida não tenha sentido medo do E.T. Ou tinha medo de ser acordado com uma buzina, talvez.




Sandálias da Xuxa: Aquelas sandálias de plástico eram horrorosas, davam um chulé desgraçado, machucavam os pés. Mas toda menina tinha, nem que fosse um modelinho, mas era indispensável. Lógico que todo mundo só queria comprar por causa do brinde: um relógio rosa, um diário... sempre tinha algum brinde que fazia valer o preço daquela bosta. Eu tive uma que tinha o salto cheio de letrinhas, em menos de uma semana o salto furou ou sei lá o quê e todas as letrinhas caíam quando eu andava. Eu achava maneiro porque fazia um trilho por onde eu andava. Minha mãe não achava maneiro.



Balas Soft: A bala Soft é uma das remanescentes dos anos 90. Dizem as más línguas que ela já matou mais que Hitler e que ainda hoje segue causando destruição em crianças desavisadas. Foi responsável por grandes afogamentos da minha infância e as três pontes de safena que a minha mãe tem. Diz a lenda que a bruxa má teria obtido êxito com a Branca de Neve se oferece uma bala dessas ao invés de uma maçã. Mas aí eu te pergunto: quem, queeeeeeeeem, achou que pudesse ser legal criar uma bala que tem o tamando EXATO da garganta de uma criança? Casal Nardoni Comércio de Balas e Doces?




Fofão: Eu simplesmente não consigo achar palavras pra colocar aqui sobre o Fofão. Olhar pra imagem à esquerda me dá medo e minhas mãos estão suando frio. Tou tremendo. Imagino que ele seja uma espécie de boneco de plástico que alguém torturou, derretendo a cara dele com o ferro de passar. E ele voltou pra se vingar. Tipo o Chuck. E eu nunca duvidei da história da faca que diziam que vinha dentro dele. Eu não assistia o programa dele, por que tinha medo. Meu primo descobriu isso e passou a me assombrar com o disco do Fofão, correndo com ele na mão atrás de mim pela casa, enquanto eu gritava, mas gritava até ficar roxa. Quer ser meu inimigo? Me odeia e não sabe como dizer? Me dá um boneco do Fofão.



Papel de Carta: Todas as meninas da escola colecionam seus preciosos papéis de carta em pastas floridas. Algumas, gabavam-se em dizer que sua coleção começou na época da mamãe. Não, eu não colecionava papéis de carta e a única coisa que herdei da minha mãe era um monte de Fofoletes que eu fiz questão de destruir. Eu até tinha uns papéis desses, mas como eu não era das meninas maaaais cuidadosas desse mundo, vivam amassados e ninguém queria trocar comigo. Afinal, isso aí não servia pra porra nenhum. Vou repetir, PORRA NENHUMA. E desde pequena eu me questionava: se é papel de CARTA, porque ninguém escreve CARTAS com eles? Grandes perguntas sem resposta da humanidade.




Não vou terminar esse post. Fui destuir Fofoletes remanescentes.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Desabafo

Esse post não é divertido, não comenta notícias bizarras. Esse blog é meu, tenho um login e uma senha, me sinto no direito de escrever sobre o que eu quiser.

Ao contrário de você, não consigo não esperar nada de ninguém. Não consigo sorrir e não esperar nada de volta, mesmo que seja forçado. Não sei, desculpa. Minha intensidade sempre foi característica, quando penso que vale a pena, me entrego, me jogo de cabeça. Normalmente, estou errada, e desta vez não foi diferente.

Te segurei pelos ombros, te injetei realidade, fui dura, mas se faço isso é porque te amo e não quero te ver sofrendo. Mas tudo que recebi de volta, foi indiferença, como sempre. Onde estava você quando eu precisei? Quando chorei? E quando precisei da minha injeção de realismo? Onde? Eu posso responder isso, afinal, te conheço como ninguém: se entregando às fantasias, usando as mesmas máscaras. Porém, quando você as tirava e era comigo a menina que eu conheci e amei, eu te acalentava, enxugava tuas lágrimas.

Não sei dizer onde errei. Talvez, tenha sido em ter te amado tanto. Amor de irmã, aquele que fala o que precisa ser dito, não o que você quer ouvir. Eu decifrava teu rosto, teu olhar e te entendia no silêncio. Isso você não pode negar. Éramos metades. Inconfundíveis. A junção perfeita da emoção com a razão. Mas a razão também sofre.

Quando digo que cansei, digo com todo o realismo e frieza que eu usava pra te falar as coisas, apontar erros. É com a frieza da razão. Não consigo mais te ver se entregando às falsas coisas, promessas. Eu gostava de você rindo ou chorando. Mas sempre aquela menina que eu segurei a mão e disse que seguiria em frente junto. Eu gostava da sua emoção exarcebada, dos exageros, ria das suas bobagens e gostava de dizer que sim, isso também ia passar.

Hoje você vive com as máscaras, só que agora, quando você tirá-las, eu não segurarei mais. Amizade é uma via de mão dupla, não existe entrega de uma só parte. E agora posso dizer: eu preferia quando você chorava.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Calma, não é sobre a páscoa

Coisa linda de deus! Todo mundo falando de páscoa, união, família. Sejamos honestos: tá todo mundo se fodendo pra isso. O que importa mesmo é o feriadão e os chocolates. Vai, admite, não precisa mentir pra mim. Eu mesma tou enrolando pra ir visitar meus pais, mas tou tri faceira de ter ganho altos bombons da minha chefe.

Noite passada foi a noite da hora extra. Sério, vou parar de pagar INSS e Previdência Privada. Duvido que eu passe dos trinta, quem dirá, viver o suficiente pra me aposentar. Não, não é drama, é a realidade. Meu fígado virou patê e ninguém vai querer fazer um foie gras com ele, afinal, o fígado dos gansos não está tão debilitado quanto o meu. Exemplo: pra aguentar o tranco até às 4h da manhã, consumimos (3 pessoas): 2L de Coca-Cola, 1L de energético, 2 latinha de cerveja, 1L de café e uma pizza grande, cujo motoboy é um grosso (vou mandar esse link, despretenciosamente para o pessoal da Pizza Express). Além da dor de estômago infernal que me acomete nesse exato momento, tou sentindo umas fisgadas muito sinistras no lado esquerdo da cabeça. Isso é bom, pois: talvez seja a prova de que eu tenha cérebro. Mas é ruim, pois supomos que alguma coisa preencha meu crânio, se está doendo, já tá pedindo arrego. Nunca podemos esquecer de cogitar que essa dor seja um mero traumatismo craniano, mas prefiro acreditar na teoria do cérebro pifando, mesmo.

Mas esse não é o tema. O tema é 'coisas que me irritam profundamente'. Como profissional que sou, passo o dia fuçando em sites de notícias e juro que o orkut se enquadra nesse quesito. Nessas buscas, descobri que odeio cientistas escrotos e japoneses desocupados. Exemplo:

Pintinhos de cinco dias sabem contar: a minha primeira reação foi soltar, em alto e bom som: 'E daí?' Eu também sei! Como diz a minha amiga Ana Carolina: 'quando eles aprenderem a tabuada, volta e me conta'.

Dinossauros andavam em bandos adolescentes: Novamente: E daí? Meu, não tem nada que ficar fuçando nos dinossauros, não. Deixa o dinossauro lá, curtindo a vibe do fóssil, tá lá quietinho, não faz mal a ninguém. Para de mexer no dinossauro e vai procurar a cura do câncer, filho da puta!

Fulano acha a lista de Schindler: Só uma pergunta: tinha alguém procurando? Se eu quiser saber sobre a Lista de Schindler, pago 2,50 na locadora e alugo, caramba! Aí o cara acha um monte de papel, numa língua que ele não conhece, provavelmente não vai entender a letra e... e eu com isso?

Mas eu me irrito quando penso: quanto dinheiro foi investido nessas merdas?

Agora, a categoria ilustre dos japoneses idiotas.
Japonês tem que ser nerd mesmo. E eu tenho que bater palma pros nerds japoneses que criam coisas divertidas, interessantes. Afinal, eles poderiam estar colando fita adesiva no gato de estimação e fazendo todo o resto de japoneses ociosos rirem disso! Cara, colar fita adesiva no gato, não, né! Confesso que achei babaca pra cacete, mas na segunda vez que eu vi, tava rindo. Mas, sejamos francos: isso não deveria ser motivo de atração de tv. No máximo, aquele vídeo que tu faz com o celular e joga no youtube. Segue o link: http://www.youtube.com/watch?v=BKeeGOOQfyk

O próximo comentário é sobre uma reporter, ja-po-ne-sa, que cai 5 andares porque teve a brilhante ideia de sair pela janela de um prédio colada em, acredito, fita adesiva. Será que ninguém, NINGUÉM disse pra ela: 'olha, acho que é uma ideia meeeio idiota, eu acho que não vai dar certo...'. Não, ninguém disse. Óbvio que não deu certo e que ela se estabacou no chão. Curte só: http://www.youtube.com/watch?v=BKeeGOOQfyk

Agora eu penso: POR QUE ESSA TARA POR FITA ADESIVA?

Tou vendo o dia que a gente vai clicar na editoria do Planeta Bizarro, no G1, e iremos parar no site do Terra, que faz dessas coisas, sua chamada de capa. Talvez seja por que sempre tem alguém idiota o suficiente pra ler. Tipo eu.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Indignação Inútil

Dias desses, jogada no sofá da casa da minha mãe, curtindo o ócio nada criativo de um sábado a tarde, me deparo com uma coisa que me intrigou num primeiro momento: num 'jornal' da MTV, ninguém mais, ninguém menos que Mayra Dias Gomes aparece para falar de literatura. Prestei atenção pelos seguintes motivos:

1) Ou eu via aquilo ou a novela das 19h da Globo;
2) Poxa, era a Mayra Dias Gomes, filha do Dias Gomes, devia ter alguma coisa pra acrescentar;
3) Ela começou a falar do livro que inspirou o filme 'Medo e Delírio em Las Vegas', que, na minha humilde opinião, é um dos mais geniais com o Benício Del Toro e o Johnny Depp;

Nas primeiras três frases que ela soltou eu vi que a guria é fake, afinal, qualquer um pode digitar o nome do livro no Google, ler a resenha e comentar. Ponto. Foi isso que ela fez. Juro que se ela não tivesse uma tatuagem do Jack Skellington no braço direito pra prender minha atenção, eu teria colocado na novela das 19h da Globo.

Sabe, ela escreveu um livro há uns tempos atrás, 'Fugalaça', que, como eu sou muito legal, vou comentar para que você não faça a ca-ga-da de lê-lo.

Vamos lá: 'Fugalaça' vem de uma geração de meninas ricas e entediadas que compram, fofocam e transam. Tudo começou com 'Hell Paris 75016', da escritora rica e entediada Lolita Pille. O livro foi best seller, mas até aí dá pra entender, pois ele choca a sociedade francesa quando diz o que seus jovens ricos e entediados realmente fazem quando deveriam estar estudando.

Na mesma época, saiu o livro da italiana Melissa Panarello, '100 escovadas antes de ir para a cama', que fala da mesma coisa, só que se passa na Itália. A menina rica e entediada, se mete em altas confusões com uma turminha do barulho e apronta pra cachorro. E sempre dá pra toda a turminha do barulho. Foi best seller e virou filme.

Ainda em 2003, tivemos 'Aos Treze', com roteiro escrito por uma menina de 13 e narra a adolescência conturbadinha ao lado da amiguinha. Na minha opinião, a coisa mais transguessora que elas fizeram foi colocar um piercing na língua e pagar o cara com o corpo. Eu também tenho piercing na língua e nem por isso fiz um filme. Que fique claro que eu não paguei com o corpo.

Por fim, temos 'Fugalaça', onde Mayra Dias Gomes tem a mesma história contada nos outros livros que já lemos, o mesmo estilo de escrita batido, as mesmas confusões adolescentes que estamos cansados. Mas, aposto que assim como eu, várias pessoas pensaram: 'É a filha do Dias Gomes, deve ter algo a acrescentar', e viram que a melhor coisa a respeito dela é a tatuagem do Jack Skellington no braço direito.



Moral da história: se você for uma menina rica, entediada e tem quem publique suas peripércias sexuais, escreva um livro. Se seu sobrenome for o mesmo de um (bom) escritor famoso, melhor ainda.